quinta-feira, 19 de maio de 2011

Genes e sexos: guerra ou paz dentro de nós?



Estamos atravessando um momento especial na sociedade. Leis e outros projetos estão sendo preparados para dar uma nova conotação à identidade sexual masculina e feminina. Os princípios do nosso Criador estão sendo questionados e devemos estar atentos para não cairmos em armadilhas criadas pelo inimigo para nos fazer vacilar na fé e mudarmos nossos valores. 
Como filhos de Deus devemos estar preparados para a defesa da nossa fé.

Genes e sexos: guerra ou paz dentro de nós?

Ricardo Marques - Biólogo, paleontólogo, educador e acimo de tudo CRISTÃO
Tem sido comum a tendência de cientistas tirarem conclusões “forçadas” que formatam “verdades” cujo interesse maior é polemizar. Um exemplo foi a matéria chamada “Guerra dos Sexos”, na edição 2093 (23/12/09) da revista IstoÉ.

Todo biólogo sabe que o funcionamento de cada parte do complexo que é uma célula e, mais ainda, um organismo, é determinado por genes e que a ativação ou desativação de um ou mais genes evidentemente produzirá alterações em algum ou vários pontos desse funcionamento. A ciência sabe que a definição de gênero – masculino ou feminino – é biológica e depende de vários genes que trabalham de maneira integrada, desde o embrião e durante toda a nossa vida. O personagem principal nessa história é o cromossomo Y, exclusivamente masculino, onde residem genes, a exemplo do Sry, que, em interação com outros genes (inclusive de outros cromossomos), gera as características masculinas.

A matéria referida fala de biólogos de um laboratório na Alemanha que desativaram o gene Foxl2 em fêmeas de ratos e observaram o surgimento de algumas características masculinas, como aumento na produção de testosterona. A conclusão dos cientistas e veiculada na mídia pareceu apressada demais: os gêneros masculino e feminino não seriam tão definidos assim.

Ora, não há nada de surpreendente no resultado da desativação desse gene, uma vez que, como dissemos, o funcionamento de cada célula nossa é determinado por diferentes genes, de diferentes cromossomos, que interagem entre si; portanto, em se desativando um, parte do funcionamento será alterada; no experimento em questão, apenas coincidiu que fosse atingido o processo de controle da produção de testosterona.
Mas a forma como é feita essa abordagem “forçada” segue as últimas tendências de submissão da ciência à imposição do “politicamente correto”. Tal imposição conduziria os cientistas a interpretações e conclusões que se harmonizem com o que a filosofia de certos movimentos ativistas quer ver “provada” a qualquer preço. E isso inclui colocar a definição de gênero como algo não tão claro, não absoluto, confuso até.
Como assim? Vejamos um exemplo: caso arranjem um modo convincente de demonstrar que a condição de homem ou de mulher poderia ser relativa, indefinida e mutável, estaria garantida uma base supostamente sólida para aceitação do que hoje se apelida de “orientação sexual” como uma condição “natural”; desse modo, cada ser humano que assim o deseje poderia entregar-se a disposições mentais que o levariam a migrar para algum lugar entre macho e fêmea, entendendo que isso faria parte de sua natureza e que não haveria como alterar tal disposição…

Entretanto, sejam quais forem os privilégios, direitos e deveres que qualquer grupo de pessoas possa ou almeje ter, jamais se deveria pautar seus interesses em distorções e/ou manipulações de fatos científicos. O risco de falseamento da verdade é alto demais, e as consequências, desastrosas.

Do ponto de vista científico os sexos não travam nenhuma “guerra” dentro de nós. O gênero é produto de uma natureza biológica bem determinada. Claro, existem indefinições biológicas e/ou psicológicas, porém estas em geral são produto de síndromes genéticas, anomalias congênitas, desvios ou transtornos psíquicos. Nesses casos, a ciência deve pesquisar com esmero em busca de como melhor ajudar as pessoas vitimadas por tais infortúnios; contudo, fazer de conta de que se trata de uma condição natural e classificar como “identidade de gênero”, de “diversidade sexual” e terminologias afins pode se tornar não apenas desonesto, mas também uma irresponsabilidade.

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